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Credo de Atanásio ou Atanasiano. Quicunque Vult.

sábado, 23 de março de 2013

Santo Atanásio e o Quicunque Vult, o credo Atanasiano.
O Credo de Atanásio ou Símbolo Atanasiano, também conhecido como "Quicumque Vult" é um dos quatro credos oficiais da Igreja Católica ao lado do Credo dos Apóstolos, do Credo de Nicéia e do Credo de Pio IV.
A Igreja Anglicana e algumas Igrejas protestantes também o tem como autorizado.
O nome vem de seu suposto autor Santo Atanásio.

Mas, apesar desse credo sempre ter sido atribuído a Santo Atanásio (falecido em 373 dC), até o século 12 era desconhecido nas Igrejas orientais. Sendo assim, é improvável que ele, realmente, tenha sido o autor.
Santo Ambrósio é um dos indicados como possível autor, mas muitos outros nomes têm aparecido, sem nunca, entretanto, ter se chegado a algum acordo conclusivo sobre a autoria do credo.

A teoria atual sugere que o Credo Atanasiano tenha sido composto no sul da França, no século V, pois, em 1940, foi encontrado o perdido texto “Excerpta” de São Vicente de Lerins (viveu por volta do ano 440 dC) em cujo original se encontra muito da linguagem do chamado Credo de Atanásio.

Desse modo, especula-se que, ou o próprio São Vicente de Lerins ou alguém próximo a ele tenha sido o criador do “Quicunque Vult”.
A cópia mais antiga conhecida desse Credo é a que foi incluída no prefácio da coletânea de homilias de Cesário de Arles (morreu em 542 dC).

QUICUNQUE VULT - CREDO DE ATANÁSIO

Santo Atanásio - Quicunque Vult, o Credo Atanasiano.

Quem quiser salvar-se deve antes de tudo professar a fé católica.
Porque aquele que não a professar, integral e inviolavelmente, perecerá sem dúvida por toda a eternidade.
A fé católica consiste em adorar um só Deus em três Pessoas e três Pessoas em um só Deus.
Sem confundir as Pessoas nem separar a substância.

Porque uma só é a Pessoa do Pai, outra a do Filho, outra a do Espírito Santo.
Mas uma só é a divindade do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo, igual é a glória e coeterna é a majestade.
Tal como é o Pai, tal é o Filho, tal é o Espírito Santo.
O Pai é incriado, o Filho é incriado, o Espírito Santo é incriado.
O Pai é imenso, o Filho é imenso, o Espírito Santo é imenso.
O Pai é eterno, o Filho é eterno, o Espírito Santo é eterno.
E, contudo, não são três eternos, mas um só eterno.

Assim como não são três incriados, nem três imensos, mas um só incriado e um só imenso.
Da mesma maneira, o Pai é onipotente, o Filho é onipotente, o Espírito Santo é onipotente.
E, contudo, não são três onipotentes, mas um só onipotente.
Assim o Pai é Deus, o Filho é Deus, o Espírito Santo é Deus.
E, contudo, não são três deuses, mas um só Deus.
Do mesmo modo, o Pai é Senhor, o Filho é Senhor, o Espírito Santo é Senhor.
E, contudo, não são três senhores, mas um só Senhor.
Porque, assim como a verdade cristã nos manda confessar que cada uma das Pessoas é Deus e Senhor, do mesmo modo a religião católica nos proíbe dizer que são três deuses ou senhores.

O Pai não foi feito, nem gerado, nem criado por ninguém.
O Filho procede do Pai; não foi feito, nem criado, mas gerado.
O Espírito Santo não foi feito, nem criado, nem gerado, mas procede do Pai e do Filho.
Não há, pois, senão um só Pai, e não três Pais; um só Filho, e não três Filhos; um só Espírito Santo, e não três Espíritos Santos.
E nesta Trindade não há nem mais antigo nem menos antigo, nem maior nem menor, mas as três Pessoas são coeternas e iguais entre si.
De sorte que, como se disse acima, em tudo se deve adorar a unidade na Trindade e a Trindade na unidade.

Quem, pois, quiser salvar-se, deve pensar assim a respeito da Trindade.
Mas, para alcançar a salvação, é necessário, ainda, crer firmemente na Encarnação de Nosso Senhor Jesus Cristo.
A pureza da nossa fé consiste, pois, em crer ainda e confessar que Nosso Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus, é Deus e homem.
É Deus, gerado na substância do Pai desde toda a eternidade; é homem porque nasceu, no tempo, da substância da sua Mãe.

Deus perfeito e homem perfeito, com alma racional e carne humana.
Igual ao Pai segundo a divindade; menor que o Pai segundo a humanidade.
E embora seja Deus e homem, contudo não são dois, mas um só Cristo.
É um, não porque a divindade se tenha convertido em humanidade, mas porque Deus assumiu a humanidade.
Um, finalmente, não por confusão de substâncias, mas pela unidade da Pessoa.
Porque, assim como a alma racional e o corpo formam um só homem, assim também a divindade e a humanidade formam um só Cristo.

Ele sofreu a morte por nossa salvação, desceu aos infernos e ao terceiro dia ressuscitou dos mortos.
Subiu aos Céus e está sentado a direita de Deus Pai todo-poderoso, donde há de vir a julgar os vivos e os mortos.
E quando vier, todos os homens ressuscitarão com os seus corpos, para prestar conta dos seus atos.
E os que tiverem praticado o bem irão para a vida eterna, e os maus para o fogo eterno.
Esta é a fé católica, e quem não a professar fiel e firmemente não se poderá salvar.

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